Ensaio de Pesquisa          Artista Orientador: Fabio Sardo

O intérprete criador no vocacional de música em Santo Amaro

            Logo após realizar um diagnóstico inicial com os vocacionados de música do Teatro Leopoldo Fróes, constatei que a maioria era formada por iniciantes. Grande parte apresentava a vontade de cantar e tocar um instrumento, sendo o violão a preferência deste grupo. 

            Criamos no decorrer do ano algumas músicas e arranjos, mas o pedido do grupo era por músicas conhecidas. Sem deixar de lado a criação coletiva de composições inéditas investi na interpretação musical.

            Em uma das orientações levei para apreciação musical uma música que tinha várias gravações diferentes, cada qual com um intérprete distinto. Após ouvirmos várias gravações perguntei para turma o que cada intérprete passava para eles? Qual a diferença de intérprete e compositor?  E se o intérprete também era um criador?

            Embora tenhamos graves problemas no ensino de música designado para a educação de base no Brasil e, portanto, grande parte da população não conhece a diversidade musical existente em nosso país e no mundo os adolescentes e adultos, geralmente, trazem um conhecimento musical pautado por alguns gêneros musicais e artista em evidência na mídia.

            Mesmo na busca pela interpretação original é possível observar, em alguns casos, vocacionados que apresentam uma interpretação marcada por caminhos próprios, caminhos estes direcionados por experiências musicais trazidas ao longo da vida.

            Uma das linhas do trabalho deste ano foi buscar a interpretação pessoal dos vocacionados, trilhando um caminho de apreciação e reflexão do fazer musical. Buscando, desta forma, uma entrega pessoal no fazer artístico, percorrendo a criação a partir do desejo musical apresentado pelo grupo.  Refletindo sobre a caracterização do canto e o que motiva os intérpretes a escolher uma determinada música e o que pode tornar uma interpretação única e pessoal. 

            Desta forma, o processo de apreciação, reflexão e investidas na busca por uma interpretação pessoal estabelecem novas possibilidade de relação com a música, até então não previstas pelo aprendiz.