Flores no deserto
Flores no deserto...
Segundo
ano de Vocacional e um novo desafio no extremo sul da zona sul, rumo ao Grajaú
para um mergulho no universo do hip-hop. A equipe, predominantemente masculina,
refletia o que vi nas Jams, aulas,
palestras em que os B-boys dominam a
cena.
Instalada
no Centro Cultural Palhaço Carequinha inicio o trabalho, o espaço que poderia
ser um oásis cultural em meio às “lajes triplex” do bairro do Criolo, sofre com
o descuido do poder público. O trabalho do projeto Vocacional é levar cultura e
informação à periferia, mesmo que por vezes seja comparado a semear em solo
árido.
As
dificuldades estruturais que impactam negativamente a divulgação do projeto e o
fato de ser mulher num ambiente que exala testosterona tornaram o inicio do
trabalho muito difícil. Apoiada pela equipe que sempre interagiu pedagogicamente
de maneira muito positiva, pude aos poucos superar as dificuldades e emprestar
uma marca feminina ao trabalho, aproximando o hip-hop de outras linguagens como
a Dança Oriental Árabe.
Os
passos trôpegos do inicio ganharam equilíbrio e representaram um grande
aprendizado, as aulas passaram a ser freqüentadas por alunas fiéis e dedicadas,
com quais desenvolvi um processo de criação muito interessante que possibilitou
novos horizontes e olhares. Encerro o trabalho com a sensação redentora de
colher flores no deserto...
São Paulo, 23/11/2014
Julimari Pamplona da Silva, artista orientadora na "Casa de Cultura Palhaço Carequinha"
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