domingo, 23 de novembro de 2014

Flores no deserto

Flores no deserto...


     Segundo ano de Vocacional e um novo desafio no extremo sul da zona sul, rumo ao Grajaú para um mergulho no universo do hip-hop. A equipe, predominantemente masculina, refletia o que vi nas Jams, aulas, palestras em que os B-boys dominam a cena.
     Instalada no Centro Cultural Palhaço Carequinha inicio o trabalho, o espaço que poderia ser um oásis cultural em meio às “lajes triplex” do bairro do Criolo, sofre com o descuido do poder público. O trabalho do projeto Vocacional é levar cultura e informação à periferia, mesmo que por vezes seja comparado a semear em solo árido.
     As dificuldades estruturais que impactam negativamente a divulgação do projeto e o fato de ser mulher num ambiente que exala testosterona tornaram o inicio do trabalho muito difícil. Apoiada pela equipe que sempre interagiu pedagogicamente de maneira muito positiva, pude aos poucos superar as dificuldades e emprestar uma marca feminina ao trabalho, aproximando o hip-hop de outras linguagens como a Dança Oriental Árabe.
     Os passos trôpegos do inicio ganharam equilíbrio e representaram um grande aprendizado, as aulas passaram a ser freqüentadas por alunas fiéis e dedicadas, com quais desenvolvi um processo de criação muito interessante que possibilitou novos horizontes e olhares. Encerro o trabalho com a sensação redentora de colher flores no deserto...

São Paulo, 23/11/2014
Julimari Pamplona da Silva, artista orientadora na "Casa de Cultura Palhaço Carequinha"


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