MULTI-CIDADE
Nome: A.O Edson Lima
Linguagem: dança
Equipamento: CEU Vila Curuçá
Equipe leste 4
MULTI-CIDADE
Corpo da periferia
Esse corpo repleto de questões é sustentado pela vida “cruel” do dia dia, o tônus muscular que aparece facilmente e que desaparece rapidamente mostram as diversas riquezas corporais, seja ela, no transito parado, no ônibus apertado ou no trem lotado.
Quando chega ao seu destino se anima com a descida, mas logo a sua frente se frusta com a subida.
Chegando em casa, manuseio na cozinha, lembrar de bater a roupa na máquina, não esquecer o lanche das crianças, enfim o descanso. Já são uma da manhã? acordo às cinco, O ciclo se repete.
Esse corpo treinado, ágil e atento, nunca se torna lento, ele é preguiçoso e tem muito talento. No geral desconfiado mas sem conhecimento, que conhecimento?
Estou falando de corpo, corpo em movimento, quando há um incentivo ele se torna cada vez mais ativo, cada vez mais disponível, cada vez mais entendido nas suas frustrações e reações.
Corpo na periferia, ele não tenta mostrar nada, não tenta reproduzir ele apenas é.
As zonas
Estres, cansaço, apertos, contatos, sons, correrias, entre outras coisas, o corpo que responde a essas dinâmicas acaba sendo vitima de uma série de questões? não, série de torções, oposições, reações que sobressaem dos limites físicos.
Os espaldares ali colocados para o sustendo firme das mãos, essas mãos que se apoiam nos cantos mais difíceis de se acalçar que ficam até na ponta do pé igual ao balé, a dança do trem o vai e vem o molejo nas canelas firmes em torno delas, assim como as manivelas,variedade de sons aglomeram as passagens, pare e sinta a passagem do som por sua pele, pare para ver o vento que corta sua pele, pare para respirar e enxergue o vazio que tem na multidão deslocando-se sem parar, por qual caminho irá escolher, será o mais breve com muita irritação ou será o mais longo com alguma admiração?
Pare e não pare, verde pare, vermelho pare, amarelo pare,pare nas esquinas;
Ao longo desses caminhos estendidos as esquinas acabam sendo “as curvas de desafios”, é como um papel em branco, quando dobramos nos deparamos com mais quinas, mais esquinas. Ainda vejo as padarias nas esquinas e os corpos que se debruçam em balcões rasgando suas gargantas com o líquido ingerido.
O corpo na periferia descansa nas esquinas, se esconde nas esquinas, alertasse nas esquinas, mas também vivem nas esquinas. Onde fica a bica? na esquina, onde fica o bar da chica? na esquina. Onde mora? na esquina.
Hoje me deparei com muitas esquinas, no trajeto da estação Brás vi ao longo da viagem o quanto era visível a cidade que o trem rasgava ao meio, vi o quanto pessoas dependiam de pequenas esquinas, quando o trem rasgava a cidade em duas partes, ai me deparei com pessoas invisíveis quando o sono que cercava o descansar de um árduo dia de trabalho.
O trem rasga a cidade, então vi um suspiro de alegria, vi uma interação do público, vi sorrisos, vi gente com a testa franzida, vi o visível, vi a cidade dos rios visíveis, Como tornar o invisível visível?
Como conta no espetáculo, a Cidade dos rios Invisíveis do grupo de teatro estopo balaio.
Foram traçados muitos caminhos, e nestes caminhos percebi muitas esquinas, pena que as pessoas que ali estavam não percebiam a beleza do invisível, foi quando enxerguei novos fragmentos e perspectivas de uma mesma imagem dentro um processo muito criativo e vi que:
O corpo da periferia mostra que não é visível pra quem não olha para ele;
A cidade é um pulso entre o que foi e o que inda está;
A cidade canta uma música para embalar teu sono;
A esquerda, aparecerá uma cidade fantasma , avance o olhar;
Você já olhou para o céu hoje? o Céu é um altar
EXISTIR É MORRER NÃO EXISTIR É DESAPARECER.
A cidade dos rios Invisíveis( joão Junior)
0 Comentários:
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial