Círculo, manifesto político do corpo! Por Rodrigo Cândido (Dança/CEU Perus)
Círculo,
manifesto político do corpo!
Rodrigo dos Santos Cândido
Introdução
Acho
pertinente descrever que 2014 foi o primeiro ano em que participo como Artista
Orientador do Programa Vocacional na modalidade Dança e nessa jornada, trilhei
até o CEU Perus todas as terças e sextas-feiras das 19h às 22h, na qual me
organizei para atuar em três vertentes. A primeira como orientador de uma turma
de vocacionados, todas as terças e sextas das 19h às 22h. A segunda foi à orientação
para o projeto Perusferia Jam da crew Street Son todas as terças das 20h30 às
22h. E a terceira, como provocador da pesquisa de criação do espetáculo Clássicos
das Ruas da Cia Street Son, todas as sextas das 20h30 às 22h.
Minha
equipe, coordenada por Duda Moreno, composta por Ivo Alcântara, Pedro Peu, Haysten
Lenilson – os veteranos. Urubatan Miranda, Ana Maria Krein que após receber uma
proposta de trabalho, se desligou da equipe e com isso, recebemos Roges Doglas.
E eu, é claro – os iniciados. Essa equipe, a Norte 01, me acolheu de braços
abertos todas as segundas-feiras no CEU Jaçanã, com suas inquietações e
indagações sobre a produção e disseminação da dança no Programa Vocacional e na
cidade de São Paulo.
E
de acordo com essa demanda que se debruçou a minha atuação no Programa
Vocacional, assim como meu ensaio artístico. Nele há um relato de uma
experiência que se inicia em Abril de 2014, com muito anseio, provocado por
tudo que é novo desde que me dispus a trilhar essa jornada, mas também de uma
necessidade pessoal de conhecer outras pessoas, lugares, movimentos e artistas.
Mas acima de tudo, 2014 foi um ano que tive que fazer escolhas, trabalhar com
dança sempre me foi uma labuta prazerosa, mas financeiramente nunca foi uma
tarefa fácil. Desde 2012, articulava minha vida profissional em ser orientador
pedagógico de uma organização social, assim como um artista da dança. É claro,
que por conta das 44hs semanais de trabalho como orientador pedagógico, me
liberava pouquíssimo tempo para atuar na área das artes. Isso me frustrava. Em
2013, trilho uma nova perspectiva para meu futuro, inicio a pós graduação em
dança, novas oportunidades aparecem e inicio 2014 com grandes desejos, dentre
eles: fazer parte do quadros de AOs do Programa Vocacional. Finalizo 2014, com
satisfação de meta realizada e sentindo-me inteiramente artista.
O
ensaio artístico “Círculo, manifesto político do corpo” foi fragmentado por
partes de atuação ou vivência, oriundas das experiências adquiridas em Perus.
Nele fazemos metaforicamente uma brincadeira com a imagem do círculo para
sistematizar as nossas experiências.
Para
dar continuidade, analisamos um pouco da palavra “Círculo”, por http://michaelis.uol.com.br/:
SM (lat circulu) 1 Geom Superfície plana,
limitada por uma circunferência. 2 por
ext Circunferência. 3 Anel, arco, aro, cinto. 4 Giro,
rodeio. 5 Área, extensão, limite. 6 Circunscrição
territorial. 7 Grupo de
indivíduos pertencentes a algum campo de atividade ou ligados por algum
interesse ou sentimento comum: Acontecimento muito comentado nos
círculos literários. 8 Assembleia, grêmio, ponto de
reunião. 9 Vet Inchaço circular que se desenha sobre a parede do
casco dos solípedes. C. azimutal: a) Astr: círculo máximo
da esfera celeste que contém a vertical do lugar; também chamado círculo
vertical; b) círculo horizontal graduado para indicar o azimute. C.
circunscrito, Geom: círculo cuja circunferência passa por todos os vértices
de um polígono. C. cultural, Sociol: o mesmo que área cultural. C. da
altitude, Astr: qualquer círculo da esfera celeste paralelo ao horizonte
celeste do observador. C. de cabeça: o mesmo que círculo exterior. C.
de curvatura, Geom: círculo oscilador de uma curva. C. de esfera,
Mat: as seções planas de uma esfera. C. de pé, Tecn: círculo que
toca o fundo dos espaços entre os dentes de uma roda dentada. C. diretor
da elipse, Mat: o círculo que tem o centro em um dos focos e como raio o
eixo maior. C. diurno: círculo paralelo ao equador e que cada astro
parece percorrer durante o dia. C. exterior, Tecn: círculo que toca
os pontos extremos dos dentes de uma roda dentada; também chamado círculo
externo, círculo de cabeça, círculo de testa. C. inscrito, Geom: círculo que
tangencia todos os lados de um polígono. C. máximo da esfera,
Mat: círculo determinado por um plano que passa pelo centro da
esfera. C. meridiano, Astr: luneta de passagem astronômica que tem o
seu círculo vertical graduado muito exatamente para medições precisas da declinação. C.
móvel, Geom: o mesmo que círculo rolante. C. polar
antártico: círculo da esfera terrestre, paralelo ao equador e situado a
23°27' do polo sul. C. polar ártico: círculo da esfera terrestre,
paralelo ao equador e situado a 23°27' do polo norte. C. principal da
elipse, Mat: círculo cujo centro coincide com o centro da elipse e cujo
raio é o semieixo maior da curva. C. rolante, Geom: círculo gerador de
curvas cicloidais ou semelhantes; também chamado círculo móvel. C.
secundário: círculo máximo através dos polos de outro círculo máximo e
perpendicular ao seu plano. Círculos horários: os meridianos
correspondentes às horas do dia. Círculos menores da esfera,
Mat: círculos determinados pelos planos que não passam pelo centro da esfera. Círculos
primários: cada um dos círculos máximos fundamentais da esfera celeste
(horizonte), equador celeste, eclíptica e equador galáctico. Círculos
secundários, Mat: pequenos círculos que cortam em ângulo reto um dos
círculos máximos da esfera. Círculos verticais, Mat: círculos máximos
da esfera que passam pelo zênite e nadir. C. trigonométrico, Mat: círculo
orientado de raio igual à unidade de comprimento. C. vertical,
Astr: a) círculo máximo da esfera celeste, cujo plano é vertical ao do
horizonte; b) o mesmo que círculo azimutal. C. vicioso: a) sofisma em
que se quer provar um princípio com a própria hipótese que se estabelece; b)
sucessão de ideias ou fatos que voltam sempre à mesma ideia ou fato inicial.
Pautado
pelo conceito: “Grupo de indivíduos
pertencentes a algum campo de atividade ou ligados por algum interesse ou
sentimento comum”, fragmentamos esse ensaio em:
Círculo
01 – O Vocacional, um movimento artístico em Perus
Círculo
02 – A Voz da Perusferia
Círculo
03 – A Crew Os Filhos da Rua!
Círculo
04 – A Vocação!
Círculo
05 – Os Movimentos Culturais
Círculo
06 – O Artista Nômade
Circulo 01 – O Vocacional,
um movimento artístico em Perus
CPTM
Linha
Rubi
Luz...
Estação
Perus!
A
estação fica ao centro, acima a famosa Fábrica de cimento, de um lado a feira
de sexta, do outro, a praça, onde têm as cypher do Perusferia Jam toda última
sexta, tem jongo todas as terças e uma vez por mês o sarau da Quilombaque. E
num tanto mais a frente, o CEU Perus, morada do Vocacional Dança as terças e
sextas! E também das Artes Integradas... E de muitos outros artistas,
marginais, periféricos, profissionais e sobretudo AMA-DORES.
O
Vocacional é como a roda de jongo, uns tocam os atabaques, outros entoam as
canções, outros acompanham dançando. Entre uma cantiga e outra, os corpos se
encontram, se olham e dançam, trocam energias. Alguns observam de fora, o ato
dionisíaco, proibido! Como se dançar, cantar e orar fosse um ato grego antigo.
Os cachorros latem, entre um trem e outro, os corpos se encontram ao centro,
descobrem novas maneiras de refazer o mesmo passo, pois apesar das palmas
sempre estarem no mesmo ritmo, a canção também já não é a mesma. Às vezes, um
sai e outro fica, por hora, novos pares assumem o lugar dos que estavam, uns
dançam mais palmas, alguns até perdem o ritmo. “Alegria” o atabaque repica! “Machado”
o atabaque para. E começa novo ciclo, nova possibilidade, outra oportunidade,
mais um risco. Apesar do passo básico, a dança do centro de roda, latente,
autêntica, mecânica do mesmo jeito, mas emana com diferentes cores e formas,
onde um é cada um, mas que para um, depende de todos. Quente ou frio? A regra é
ser de noite, com lua ousada, brilha ao topo da favela, tornando a Perusferia cada
vez mais bela. E nessa roda, de corpos, de pagãos, de pessoas, de artistas,
todos podem celebrar. E ao mesmo passo que chegaram, no mesmo ritmo vão embora,
mas os pés já não são mais os mesmos, por hora retornam, calejados. E tudo
acontece ali, no CEU, na praça, na Fábrica, na feira...
Estação
Perus!
Luz...
Linha
Rubi
CPTM
Círculo 02 – A Voz da
Perusferia
Centro
Zona
Sul
Zona
Leste
Zona
Norte
Zona
Oeste
Zona
Noroeste
Linha
Rubi da CPTM....
Jaraguá,
Vila Aurora.... Perus!
Chegamos!
Ao lado, a praça Inácio Dias! Palco dos artistas!
Aqui,
acontece o Perusferia Jam, proposta da crew Street Son, organizados por Elias e
Lucas, proponentes e contemplados pela 11ª Edição do Programa VAI em 2014.
Fizeram dessa praça ponto de encontro de bboys e bgirls... E desse encontro
surge um manisfesto, pautado pelas políticas públicas! Corpos e pensadores da
dança que fazem e trazem novas rupturas de arte para as suas comunidades. É, o
Perusferia Jam fortaleceu o movimento Hip Hop e mais uma vez, a dança
circula...
E
no meio dessa roda de break, há Seven 2 Smoke, grupos de rap, grafite, rinhas
de MC’s, batalhas show com crew renomadas, DJs e até encontro homenageando as
bgirls, tem decorflex aberto para a prática e preparação para as demonstrações
das façanhas cheias de acrobacias, sentimento, ritmo, superação e plasticidade
que o break oferece aos olhos de quem está também no círculo.
O
MC tem o papel de agregar, de organizar, de trazer os convidados para todas as
facetas que agrupadas formam o Hip Hop: MC, DJ, BBOY ou BGIRL e o GRAFITE. Ele
é a alma do círculo, a energia matriz que condensa a energia que paira na
Perusferia, que abrilhanta os olhos de quem passa apertado dentro do trem nas noites
de sextas-feiras...
E
aqui prevalecem as políticas da convivência, das crews, todas as zonas se
encontram e se reverenciam.... E aqui fomenta as necessidades das políticas
públicas de propostas bem argumentadas e de execução garantida. E como um moinho,
passo realizado pelos breaking dance, a energia centrífuga, acolhe, difundiu e
contempla as pessoas que amam dançar. É um encontro, uma acolhida, uma ação,
uma proposta de integração!
Como
dar andamento nessas ações? Como instigar os proponentes e produtores dessas
ações? E assim lemos, escrevemos e preparamos Agentes Comunitários de Cultura,
PROAC Hip Hop, Prêmio Cultura Hip Hop da FUNARTE... Sim, estimular a
consciência política... E diante dos esforços, uma nova ação inicia-se em
Perus, o Roots of Dance (Contemplado pelo Programa Agentes Comunitários de
Cultura).
É
de Perus, para todas as zonas e pessoas da cidade de São Paulo.
Viva
o Perusferia Jam! Viva o Roots of Dance! Viva todas as ações realizadas na
Praça de Perus...
Círculo 03 – A Crew
Os Filhos da Rua!
CEU
Centro
Educacional Unificado
Espaço
híbrido entre educação, cultura e esporte!
Morada
da Cia de Dança Street Son
Ao
longo de oito meses, alguns jovens da Crew Street Son se agrupam para realizar
um antigo sonho, compor uma Cia. Encorajado pelo seu atual diretor Duda Moreno,
oito jovens encontram-se pra elaborar um projeto de pesquisa ousado,
contemplado pela 11ª Edição do Programa VAI, o Clássicos das Ruas.
E
assim se fez, no dia 15 de Novembro, mais um ciclo se renova, a estreia do
espetáculo acontece na própria casa, percorrendo uma temporada até meados de
Dezembro. Materializa-se aqui uma proposta que funde break dance com música
erudita.
2014
foi sem duvida um ano sensacional para esse crew... Engajados, participaram de
um dos maiores campeonatos da modalidade, a BOTY – Batlhe Of The Year. A fase
inicial foi realizada em Campinas na qual elevou o grupo para representar o
Brasil na fase mundial na Alemanha. E assim se fez, Perus ganhou as milhas do
mundo... Os filhos da rua ganharam asas e pousaram em solo estrangeiro para
colorir a Europa com passos brasileiros.
E
não para por ai!
Eles
também pousaram no Sindicato dos Profissionais da Dança, o SINDDANÇA, após
treinos, suas coreografias foram apreciadas e desde o segundo semestre seus
integrantes estão paulatinamente obtendo o registro profissional, reconhecidos
para atuarem como dançarinos em espetáculos. São artistas profissionais. Não
que já não fossem...
Como
contribuir para o fomento da proliferação do trabalho que esses artistas
desenvolvem? Aqui encontramos ruptura de crescimento, um círculo de atuação.
Como ampliar os seus projetos? Como fortalecer e provocar as suas criações?
Como potencializar e dar voz para os artistas periféricos? Como mostrar o que
já é obvio, que esses caras são os pioneiros de políticas públicas para o
movimento Hip Hop enquanto manifestação cênica? Como estimular um grupo político
e sinergético?
E
aqui trocamos energias, conversas, conceitos... No CEU, na praça, na estação,
no trem, no trajeto!
E
as salas do CEU abrem espaços para esses artistas, que tem literalmente tatuado
no corpo, aquilo que os movem a dançar, o Street Son.
Círculo 04 – A
Vocação!
Entre
um mês e outro,
Entre
uma semana e outra
Entre
uma orientação e outra
Surgem,
vagam e também somem pessoas!
Cadê
os vocacionados? Foi isso que me perguntei quando cheguei no CEU Perus. É claro
que bate um desespero, não conhecer o território implica em não saber onde
começar a divulgar!
Mas
nada melhor do que o famoso boca a boca, no meu primeiro dia de orientação para
a turma somente de vocacionados, tinha presente no encontro apenas uma pessoa,
talvez um anjo mensageiro. E assim se fez, de boca a boca a turma foi ganhando
corpo, a partir de Junho poderíamos dar as mãos e fazer uma roda, um círculo ou
simplesmente trocar calor, energia.
Em
Agosto de 2014, uma parcela do grupo composto por sete mulheres se indagaram
com a seguinte questão: Como os meus fios de cabelo, influencia na construção
da minha personalidade? E partir de seus depoimentos surge o processo criativo
“EntreFios”.
Em
Setembro, novos vocacionados são recebidos pelo grupo que num desejo de agrupar
de forma mais sistemática o que produzíamos em orientação, surge uma nova
proposta “Alguns Toques para uma Coreografia”, pautada pelas relações de
confiança e convivência.
Como
aproximar o vocacionado sem fazer da sua orientação um curso, uma oficina, uma
simples aula? Como transformar técnica, movimento, estética em procedimentos
artísticos emancipatórios? Como acolher jovens e adultos numa proposta onde
todos se sentirão contemplados por sua desenvoltura respeitando as suas
experiências de vida? Como transformar sensações corporais em questões
reflexivas? Como encontrar no corpo meio disparadores significantes para
repensar o dia-a-dia?
Muitas
indagações me fiz! Muitas perguntas me fizeram! Repostas!?
Uma
turma se compõe nas dependências do CEU Perus. Algumas pessoas permaneceram na
roda do começo ao fim, outras saíram em algum momento, alguns nem ficaram...
Mas a roda continuou seu fluxo, o seu movimento!
Questões!?
Talvez
seja isso que levamos quando desgrudamos as mãos e voltamos, cada um, pra
nossas casas. Mas a energia que trocamos ao segurar as mãos perdura,
retornarmos na maioria das vezes sem respostas, mas com energia para mais
indagações, perguntas ou questões...
Segue
a roda!
Círculo 05 – Os
Movimentos Culturais
Traçamos
agora um paralelo das ações culturais que realizamos com os vocacionados.
Auri
Green
Associação
Comunitária Auri Verde
Jam
de Danças Urbanas
14
de Junho de 2014
Perusferia
Jam
Encontros
na Praça de Perus
25
de Julho, 22 de Agosto, 26 de Setembro de 2014
Jongo
do Coreto
Encontros
da Comunidade Quilombaque na Praça de Perus
Julho,
Agosto e Setembro de 2014 (Todas as Terças-feiras)
11ª
Aniversário do CEU Perus
De
26 a 29 de Agosto de 2014
ÂMBARGRIS
| Ocupação Cerco Choreográfico
Danças
Breves – FUNARTE SP
17,
20 e 24 de Setembro de 2014 – Cia Street Son
12
e 19 de Novembro de 2014 - Vocacionados
Balé
da Cidade nos CEU´s de São Paulo
CEU
Perus
10
de Outubro de 2014
Clássicos
das Ruas
Cia
Street Son
15,18
de Novembro e 05 de Dezembro de 2014
CEU
Perus e CEU Vila Rubi
Mostra
Final de Processos - Vocacional
01
de Novembro de 2014 – CEU Perâ Marmelo
18
de Novembro de 2014 – CEU Perus
26
de Novembro de 2014 – CEU Vila Atlântica
28
de Novembro de 2014 – Teatro Alfredo Mesquita
30
de Novembro de 2014 – Fábrica de Criatividade
Qual
o intuito de realizar ações culturais?
Em
2014, o que mais contemplamos foram às ações realizamos pelos vocacionados. Em
alguns momentos estando em cena, no palco, difundindo as suas inquietações. Num
outro momento em prol da cena, na organização, na produção...
Em
Perus, as ações do Quilombaque, sarau e jongo na praça. As do Street Son com o
Perusferia Jam, assim como as apresentações do Clássicos das Ruas...
Paralelamente,
as ações com a turma de vocacionados, que extrapolaram a sala de ensaio para os
palcos...
Onde
nos encontramos?
Quilombaque
prestigiando Perusferia, Perusferia prestigiando a turma de vocacionados,
vocacionados prestigiando Street Son...
E
durante o ano, os vocacionados de Perus, assim como outros da região Norte 01
se encontram, prestigiaram, discutiram suas produções no 11ª Aniversário do CEU
Perus e Agosto de 2014, com participação do CEU Jaçanã, CEU Perâ Marmelo, CEU
Vila Atlântica e Quilombaque. Outro momento foram os encontros nas Danças Breves
do ÂMBARGRIS | Ocupação Cerco Choreográfico – FUNARTE SP com participação do
Mulheres do Perâ, Cia Street Son e turma de vocacionados. E para encerrar o
ano, em Novembro, a equipe se organizou para realizar as Mostras Finais de
Processos no CEU Perâ Marmelo, CEU Perus, CEU Vila Atlântica e Teatro Alfredo
Mesquita. No CEU Perus, contamos com a participação do CEU Perâ Marmelo e CEU
Jaçanã.
Será
aqui o momento onde as coisas se fundem? Onde os processos se encontram? Aqui
temos em pauta a ação, a fusão, a vocação?
Quando
um processo está pronto ou preparado para entrar em cena?
Quais
os princípios que obtemos quando expomos as nossas indagações?
E
aqui temos o trânsito! Vocacionados, nômades...
Circula
os artistas, circula as suas pesquisas...
Compartilhamos
aqui as nossas indagações. Já não são mais nossas, estão circulando entre
outros. Do vocacional para o mundo, da sala de ensaio para a cena.
Questões!
?
Deixamos
nossas indagações e retornamos, não mais os mesmos, provocados com novas
provocações!
Isso
é ação cultural!
Estamos
em cena, na produção, no palco, no trajeto, na sala de ensaio, na indagação!
Círculo 06 – O
Artista Nômade
Capão
Redondo,
Santo
Amaro,
Pinheiros,
Luz,
Perus...
Enfim,
piso no CEU!
Aqui
finalizo parte da trajetória que vivenciei em 2014 no Programa Vocacional como
Artista Orientador do CEU Perus, integrando a equipe Norte 1 no segmento Dança.
“O nômade,
sem referências físicas fixas para lhe guiar, caminha num terreno que apaga seus
rastros, fazendo com que possa andar numa pequena região, geometricamente,
caminhando infinitamente”.
O
Nomadismo pelos espaços públicos é um dos princípios do Programa Vocacional,
creio que isso efetivou-se não apenas em meu deslocamento do Capão Redondo,
onde moro, até o CEU Perus, mas também pelas vertentes que atuei esse ano no
Programa: Orientação de Turma, Orientação de Projeto e Orientação de Criação e
Pesquisa de Espetáculo.
De
um segmento para outro, as atividades, as argumentações, o foco, as provocações
caminhavam por lugares e questões extremamente diferentes. O nomadismo aqui se
dava por meio do interesse de cada grupo, cada círculo tinha um cor, um cheiro,
um sabor, um intuito, mas formavam uma grande roda, ampliar e fomentar ações
culturais em Perus. É essa energia que conecta esses artistas do Quilombaque,
do Street Son, Hip Hop Naação, do Pandora de Teatro, do Vivências de uma
Cultura Marginal, do Street Rootes, do Rootes of Dance, entre outros...
Deixo
aqui um link para poderem prestigiar o que as palavras não podem descrever:
Programa
Vocacional _ Dança (CEU Perus) 2014
EntreFios
- Programa Vocacional _ Dança (CEU Perus) 2014
Com
muito carinho, satisfação e com um desejo de não partir, retorno...
Perus,
Luz,
Pinheiros,
Santo
Amaro,
Capão
Redondo.
Por Rodrigo Cândido
2014
Marcadores: 2014, CEU Perus, Ensaio 2014, Equipe Norte 1, Programa Vocacional, Rodrigo Cândido, Vocacional Dança
0 Comentários:
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial