sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Círculo, manifesto político do corpo! Por Rodrigo Cândido (Dança/CEU Perus)

Círculo, manifesto político do corpo!
Rodrigo dos Santos Cândido

Introdução

Acho pertinente descrever que 2014 foi o primeiro ano em que participo como Artista Orientador do Programa Vocacional na modalidade Dança e nessa jornada, trilhei até o CEU Perus todas as terças e sextas-feiras das 19h às 22h, na qual me organizei para atuar em três vertentes. A primeira como orientador de uma turma de vocacionados, todas as terças e sextas das 19h às 22h. A segunda foi à orientação para o projeto Perusferia Jam da crew Street Son todas as terças das 20h30 às 22h. E a terceira, como provocador da pesquisa de criação do espetáculo Clássicos das Ruas da Cia Street Son, todas as sextas das 20h30 às 22h.

Minha equipe, coordenada por Duda Moreno, composta por Ivo Alcântara, Pedro Peu, Haysten Lenilson – os veteranos. Urubatan Miranda, Ana Maria Krein que após receber uma proposta de trabalho, se desligou da equipe e com isso, recebemos Roges Doglas. E eu, é claro – os iniciados. Essa equipe, a Norte 01, me acolheu de braços abertos todas as segundas-feiras no CEU Jaçanã, com suas inquietações e indagações sobre a produção e disseminação da dança no Programa Vocacional e na cidade de São Paulo.

E de acordo com essa demanda que se debruçou a minha atuação no Programa Vocacional, assim como meu ensaio artístico. Nele há um relato de uma experiência que se inicia em Abril de 2014, com muito anseio, provocado por tudo que é novo desde que me dispus a trilhar essa jornada, mas também de uma necessidade pessoal de conhecer outras pessoas, lugares, movimentos e artistas. Mas acima de tudo, 2014 foi um ano que tive que fazer escolhas, trabalhar com dança sempre me foi uma labuta prazerosa, mas financeiramente nunca foi uma tarefa fácil. Desde 2012, articulava minha vida profissional em ser orientador pedagógico de uma organização social, assim como um artista da dança. É claro, que por conta das 44hs semanais de trabalho como orientador pedagógico, me liberava pouquíssimo tempo para atuar na área das artes. Isso me frustrava. Em 2013, trilho uma nova perspectiva para meu futuro, inicio a pós graduação em dança, novas oportunidades aparecem e inicio 2014 com grandes desejos, dentre eles: fazer parte do quadros de AOs do Programa Vocacional. Finalizo 2014, com satisfação de meta realizada e sentindo-me inteiramente artista.

O ensaio artístico “Círculo, manifesto político do corpo” foi fragmentado por partes de atuação ou vivência, oriundas das experiências adquiridas em Perus. Nele fazemos metaforicamente uma brincadeira com a imagem do círculo para sistematizar as nossas experiências.

Para dar continuidade, analisamos um pouco da palavra “Círculo”, por http://michaelis.uol.com.br/:

SM (lat circulu) 1 Geom Superfície plana, limitada por uma circunferência. 2 por ext Circunferência. 3 Anel, arco, aro, cinto. 4 Giro, rodeio. 5 Área, extensão, limite. 6 Circunscrição territorial. 7 Grupo de indivíduos pertencentes a algum campo de atividade ou ligados por algum interesse ou sentimento comum: Acontecimento muito comentado nos círculos literários. 8 Assembleia, grêmio, ponto de reunião. 9 Vet Inchaço circular que se desenha sobre a parede do casco dos solípedes. C. azimutal: a) Astr: círculo máximo da esfera celeste que contém a vertical do lugar; também chamado círculo vertical; b) círculo horizontal graduado para indicar o azimute. C. circunscrito, Geom: círculo cuja circunferência passa por todos os vértices de um polígono. C. cultural, Sociol: o mesmo que área cultural. C. da altitude, Astr: qualquer círculo da esfera celeste paralelo ao horizonte celeste do observador. C. de cabeça: o mesmo que círculo exterior. C. de curvatura, Geom: círculo oscilador de uma curva. C. de esfera, Mat: as seções planas de uma esfera. C. de pé, Tecn: círculo que toca o fundo dos espaços entre os dentes de uma roda dentada. C. diretor da elipse, Mat: o círculo que tem o centro em um dos focos e como raio o eixo maior. C. diurno: círculo paralelo ao equador e que cada astro parece percorrer durante o dia. C. exterior, Tecn: círculo que toca os pontos extremos dos dentes de uma roda dentada; também chamado círculo externo, círculo de cabeça, círculo de testa. C. inscrito, Geom: círculo que tangencia todos os lados de um polígono. C. máximo da esfera, Mat: círculo determinado por um plano que passa pelo centro da esfera. C. meridiano, Astr: luneta de passagem astronômica que tem o seu círculo vertical graduado muito exatamente para medições precisas da declinação. C. móvel, Geom: o mesmo que círculo rolante. C. polar antártico: círculo da esfera terrestre, paralelo ao equador e situado a 23°27' do polo sul. C. polar ártico: círculo da esfera terrestre, paralelo ao equador e situado a 23°27' do polo norte. C. principal da elipse, Mat: círculo cujo centro coincide com o centro da elipse e cujo raio é o semieixo maior da curva. C. rolante, Geom: círculo gerador de curvas cicloidais ou semelhantes; também chamado círculo móvel. C. secundário: círculo máximo através dos polos de outro círculo máximo e perpendicular ao seu plano. Círculos horários: os meridianos correspondentes às horas do dia. Círculos menores da esfera, Mat: círculos determinados pelos planos que não passam pelo centro da esfera. Círculos primários: cada um dos círculos máximos fundamentais da esfera celeste (horizonte), equador celeste, eclíptica e equador galáctico. Círculos secundários, Mat: pequenos círculos que cortam em ângulo reto um dos círculos máximos da esfera. Círculos verticais, Mat: círculos máximos da esfera que passam pelo zênite e nadir. C. trigonométrico, Mat: círculo orientado de raio igual à unidade de comprimento. C. vertical, Astr: a) círculo máximo da esfera celeste, cujo plano é vertical ao do horizonte; b) o mesmo que círculo azimutal. C. vicioso: a) sofisma em que se quer provar um princípio com a própria hipótese que se estabelece; b) sucessão de ideias ou fatos que voltam sempre à mesma ideia ou fato inicial.


Pautado pelo conceito: “Grupo de indivíduos pertencentes a algum campo de atividade ou ligados por algum interesse ou sentimento comum”, fragmentamos esse ensaio em:

Círculo 01 – O Vocacional, um movimento artístico em Perus
Círculo 02 – A Voz da Perusferia
Círculo 03 – A Crew Os Filhos da Rua!
Círculo 04 – A Vocação!
Círculo 05 – Os Movimentos Culturais
Círculo 06 – O Artista Nômade

Circulo 01 – O Vocacional, um movimento artístico em Perus

CPTM

Linha Rubi

Luz...

Estação Perus!

A estação fica ao centro, acima a famosa Fábrica de cimento, de um lado a feira de sexta, do outro, a praça, onde têm as cypher do Perusferia Jam toda última sexta, tem jongo todas as terças e uma vez por mês o sarau da Quilombaque. E num tanto mais a frente, o CEU Perus, morada do Vocacional Dança as terças e sextas! E também das Artes Integradas... E de muitos outros artistas, marginais, periféricos, profissionais e sobretudo AMA-DORES.

O Vocacional é como a roda de jongo, uns tocam os atabaques, outros entoam as canções, outros acompanham dançando. Entre uma cantiga e outra, os corpos se encontram, se olham e dançam, trocam energias. Alguns observam de fora, o ato dionisíaco, proibido! Como se dançar, cantar e orar fosse um ato grego antigo. Os cachorros latem, entre um trem e outro, os corpos se encontram ao centro, descobrem novas maneiras de refazer o mesmo passo, pois apesar das palmas sempre estarem no mesmo ritmo, a canção também já não é a mesma. Às vezes, um sai e outro fica, por hora, novos pares assumem o lugar dos que estavam, uns dançam mais palmas, alguns até perdem o ritmo. “Alegria” o atabaque repica! “Machado” o atabaque para. E começa novo ciclo, nova possibilidade, outra oportunidade, mais um risco. Apesar do passo básico, a dança do centro de roda, latente, autêntica, mecânica do mesmo jeito, mas emana com diferentes cores e formas, onde um é cada um, mas que para um, depende de todos. Quente ou frio? A regra é ser de noite, com lua ousada, brilha ao topo da favela, tornando a Perusferia cada vez mais bela. E nessa roda, de corpos, de pagãos, de pessoas, de artistas, todos podem celebrar. E ao mesmo passo que chegaram, no mesmo ritmo vão embora, mas os pés já não são mais os mesmos, por hora retornam, calejados. E tudo acontece ali, no CEU, na praça, na Fábrica, na feira...

Estação Perus!

Luz...

Linha Rubi

CPTM
  
Círculo 02 – A Voz da Perusferia

Centro
Zona Sul
Zona Leste
Zona Norte
Zona Oeste
Zona Noroeste
Linha Rubi da CPTM....
Jaraguá, Vila Aurora.... Perus!
Chegamos! Ao lado, a praça Inácio Dias! Palco dos artistas!

Aqui, acontece o Perusferia Jam, proposta da crew Street Son, organizados por Elias e Lucas, proponentes e contemplados pela 11ª Edição do Programa VAI em 2014. Fizeram dessa praça ponto de encontro de bboys e bgirls... E desse encontro surge um manisfesto, pautado pelas políticas públicas! Corpos e pensadores da dança que fazem e trazem novas rupturas de arte para as suas comunidades. É, o Perusferia Jam fortaleceu o movimento Hip Hop e mais uma vez, a dança circula...

E no meio dessa roda de break, há Seven 2 Smoke, grupos de rap, grafite, rinhas de MC’s, batalhas show com crew renomadas, DJs e até encontro homenageando as bgirls, tem decorflex aberto para a prática e preparação para as demonstrações das façanhas cheias de acrobacias, sentimento, ritmo, superação e plasticidade que o break oferece aos olhos de quem está também no círculo.

O MC tem o papel de agregar, de organizar, de trazer os convidados para todas as facetas que agrupadas formam o Hip Hop: MC, DJ, BBOY ou BGIRL e o GRAFITE. Ele é a alma do círculo, a energia matriz que condensa a energia que paira na Perusferia, que abrilhanta os olhos de quem passa apertado dentro do trem nas noites de sextas-feiras...

E aqui prevalecem as políticas da convivência, das crews, todas as zonas se encontram e se reverenciam.... E aqui fomenta as necessidades das políticas públicas de propostas bem argumentadas e de execução garantida. E como um moinho, passo realizado pelos breaking dance, a energia centrífuga, acolhe, difundiu e contempla as pessoas que amam dançar. É um encontro, uma acolhida, uma ação, uma proposta de integração!

Como dar andamento nessas ações? Como instigar os proponentes e produtores dessas ações? E assim lemos, escrevemos e preparamos Agentes Comunitários de Cultura, PROAC Hip Hop, Prêmio Cultura Hip Hop da FUNARTE... Sim, estimular a consciência política... E diante dos esforços, uma nova ação inicia-se em Perus, o Roots of Dance (Contemplado pelo Programa Agentes Comunitários de Cultura).

É de Perus, para todas as zonas e pessoas da cidade de São Paulo.
Viva o Perusferia Jam! Viva o Roots of Dance! Viva todas as ações realizadas na Praça de Perus...

Círculo 03 – A Crew Os Filhos da Rua!

CEU
Centro Educacional Unificado
Espaço híbrido entre educação, cultura e esporte!
Morada da Cia de Dança Street Son

Ao longo de oito meses, alguns jovens da Crew Street Son se agrupam para realizar um antigo sonho, compor uma Cia. Encorajado pelo seu atual diretor Duda Moreno, oito jovens encontram-se pra elaborar um projeto de pesquisa ousado, contemplado pela 11ª Edição do Programa VAI, o Clássicos das Ruas.

E assim se fez, no dia 15 de Novembro, mais um ciclo se renova, a estreia do espetáculo acontece na própria casa, percorrendo uma temporada até meados de Dezembro. Materializa-se aqui uma proposta que funde break dance com música erudita.

2014 foi sem duvida um ano sensacional para esse crew... Engajados, participaram de um dos maiores campeonatos da modalidade, a BOTY – Batlhe Of The Year. A fase inicial foi realizada em Campinas na qual elevou o grupo para representar o Brasil na fase mundial na Alemanha. E assim se fez, Perus ganhou as milhas do mundo... Os filhos da rua ganharam asas e pousaram em solo estrangeiro para colorir a Europa com passos brasileiros.

E não para por ai!
Eles também pousaram no Sindicato dos Profissionais da Dança, o SINDDANÇA, após treinos, suas coreografias foram apreciadas e desde o segundo semestre seus integrantes estão paulatinamente obtendo o registro profissional, reconhecidos para atuarem como dançarinos em espetáculos. São artistas profissionais. Não que já não fossem...

Como contribuir para o fomento da proliferação do trabalho que esses artistas desenvolvem? Aqui encontramos ruptura de crescimento, um círculo de atuação. Como ampliar os seus projetos? Como fortalecer e provocar as suas criações? Como potencializar e dar voz para os artistas periféricos? Como mostrar o que já é obvio, que esses caras são os pioneiros de políticas públicas para o movimento Hip Hop enquanto manifestação cênica? Como estimular um grupo político e sinergético?

E aqui trocamos energias, conversas, conceitos... No CEU, na praça, na estação, no trem, no trajeto!

E as salas do CEU abrem espaços para esses artistas, que tem literalmente tatuado no corpo, aquilo que os movem a dançar, o Street Son.
  
Círculo 04 – A Vocação!

Entre um mês e outro,
Entre uma semana e outra
Entre uma orientação e outra
Surgem, vagam e também somem pessoas!

Cadê os vocacionados? Foi isso que me perguntei quando cheguei no CEU Perus. É claro que bate um desespero, não conhecer o território implica em não saber onde começar a divulgar!

Mas nada melhor do que o famoso boca a boca, no meu primeiro dia de orientação para a turma somente de vocacionados, tinha presente no encontro apenas uma pessoa, talvez um anjo mensageiro. E assim se fez, de boca a boca a turma foi ganhando corpo, a partir de Junho poderíamos dar as mãos e fazer uma roda, um círculo ou simplesmente trocar calor, energia.

Em Agosto de 2014, uma parcela do grupo composto por sete mulheres se indagaram com a seguinte questão: Como os meus fios de cabelo, influencia na construção da minha personalidade? E partir de seus depoimentos surge o processo criativo “EntreFios”.

Em Setembro, novos vocacionados são recebidos pelo grupo que num desejo de agrupar de forma mais sistemática o que produzíamos em orientação, surge uma nova proposta “Alguns Toques para uma Coreografia”, pautada pelas relações de confiança e convivência.

Como aproximar o vocacionado sem fazer da sua orientação um curso, uma oficina, uma simples aula? Como transformar técnica, movimento, estética em procedimentos artísticos emancipatórios? Como acolher jovens e adultos numa proposta onde todos se sentirão contemplados por sua desenvoltura respeitando as suas experiências de vida? Como transformar sensações corporais em questões reflexivas? Como encontrar no corpo meio disparadores significantes para repensar o dia-a-dia?

Muitas indagações me fiz! Muitas perguntas me fizeram! Repostas!?

Uma turma se compõe nas dependências do CEU Perus. Algumas pessoas permaneceram na roda do começo ao fim, outras saíram em algum momento, alguns nem ficaram... Mas a roda continuou seu fluxo, o seu movimento!

Questões!?

Talvez seja isso que levamos quando desgrudamos as mãos e voltamos, cada um, pra nossas casas. Mas a energia que trocamos ao segurar as mãos perdura, retornarmos na maioria das vezes sem respostas, mas com energia para mais indagações, perguntas ou questões...

Segue a roda!

Círculo 05 – Os Movimentos Culturais

Traçamos agora um paralelo das ações culturais que realizamos com os vocacionados.

Auri Green
Associação Comunitária Auri Verde
Jam de Danças Urbanas
14 de Junho de 2014

Perusferia Jam
Encontros na Praça de Perus
25 de Julho, 22 de Agosto, 26 de Setembro de 2014

Jongo do Coreto
Encontros da Comunidade Quilombaque na Praça de Perus
Julho, Agosto e Setembro de 2014 (Todas as Terças-feiras)

11ª Aniversário do CEU Perus
De 26 a 29 de Agosto de 2014

ÂMBARGRIS | Ocupação Cerco Choreográfico
Danças Breves – FUNARTE SP
17, 20 e 24 de Setembro de 2014 – Cia Street Son
12 e 19 de Novembro de 2014 - Vocacionados

Balé da Cidade nos CEU´s de São Paulo
CEU Perus
10 de Outubro de 2014

Clássicos das Ruas
Cia Street Son
15,18 de Novembro e 05 de Dezembro de 2014
CEU Perus e CEU Vila Rubi

Mostra Final de Processos - Vocacional
01 de Novembro de 2014 – CEU Perâ Marmelo
18 de Novembro de 2014 – CEU Perus
26 de Novembro de 2014 – CEU Vila Atlântica
28 de Novembro de 2014 – Teatro Alfredo Mesquita
30 de Novembro de 2014 – Fábrica de Criatividade

Qual o intuito de realizar ações culturais?
Em 2014, o que mais contemplamos foram às ações realizamos pelos vocacionados. Em alguns momentos estando em cena, no palco, difundindo as suas inquietações. Num outro momento em prol da cena, na organização, na produção...

Em Perus, as ações do Quilombaque, sarau e jongo na praça. As do Street Son com o Perusferia Jam, assim como as apresentações do Clássicos das Ruas...

Paralelamente, as ações com a turma de vocacionados, que extrapolaram a sala de ensaio para os palcos...

Onde nos encontramos?
Quilombaque prestigiando Perusferia, Perusferia prestigiando a turma de vocacionados, vocacionados prestigiando Street Son...
E durante o ano, os vocacionados de Perus, assim como outros da região Norte 01 se encontram, prestigiaram, discutiram suas produções no 11ª Aniversário do CEU Perus e Agosto de 2014, com participação do CEU Jaçanã, CEU Perâ Marmelo, CEU Vila Atlântica e Quilombaque. Outro momento foram os encontros nas Danças Breves do ÂMBARGRIS | Ocupação Cerco Choreográfico – FUNARTE SP com participação do Mulheres do Perâ, Cia Street Son e turma de vocacionados. E para encerrar o ano, em Novembro, a equipe se organizou para realizar as Mostras Finais de Processos no CEU Perâ Marmelo, CEU Perus, CEU Vila Atlântica e Teatro Alfredo Mesquita. No CEU Perus, contamos com a participação do CEU Perâ Marmelo e CEU Jaçanã.

Será aqui o momento onde as coisas se fundem? Onde os processos se encontram? Aqui temos em pauta a ação, a fusão, a vocação?
Quando um processo está pronto ou preparado para entrar em cena?
Quais os princípios que obtemos quando expomos as nossas indagações?

E aqui temos o trânsito! Vocacionados, nômades...
Circula os artistas, circula as suas pesquisas...
Compartilhamos aqui as nossas indagações. Já não são mais nossas, estão circulando entre outros. Do vocacional para o mundo, da sala de ensaio para a cena.

Questões! ?

Deixamos nossas indagações e retornamos, não mais os mesmos, provocados com novas provocações!
Isso é ação cultural!

Estamos em cena, na produção, no palco, no trajeto, na sala de ensaio, na indagação!

Círculo 06 – O Artista Nômade

Capão Redondo,
Santo Amaro,
Pinheiros,
Luz,
Perus...

Enfim, piso no CEU!

Aqui finalizo parte da trajetória que vivenciei em 2014 no Programa Vocacional como Artista Orientador do CEU Perus, integrando a equipe Norte 1 no segmento Dança.

“O nômade, sem referências físicas fixas para lhe guiar, caminha num terreno que apaga seus rastros, fazendo com que possa andar numa pequena região, geometricamente, caminhando infinitamente”.

O Nomadismo pelos espaços públicos é um dos princípios do Programa Vocacional, creio que isso efetivou-se não apenas em meu deslocamento do Capão Redondo, onde moro, até o CEU Perus, mas também pelas vertentes que atuei esse ano no Programa: Orientação de Turma, Orientação de Projeto e Orientação de Criação e Pesquisa de Espetáculo.

De um segmento para outro, as atividades, as argumentações, o foco, as provocações caminhavam por lugares e questões extremamente diferentes. O nomadismo aqui se dava por meio do interesse de cada grupo, cada círculo tinha um cor, um cheiro, um sabor, um intuito, mas formavam uma grande roda, ampliar e fomentar ações culturais em Perus. É essa energia que conecta esses artistas do Quilombaque, do Street Son, Hip Hop Naação, do Pandora de Teatro, do Vivências de uma Cultura Marginal, do Street Rootes, do Rootes of Dance, entre outros...

Deixo aqui um link para poderem prestigiar o que as palavras não podem descrever:

Programa Vocacional _ Dança (CEU Perus) 2014

EntreFios - Programa Vocacional _ Dança (CEU Perus) 2014

Com muito carinho, satisfação e com um desejo de não partir, retorno...

Perus,
Luz,
Pinheiros,
Santo Amaro,
Capão Redondo.

Por Rodrigo Cândido
2014

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