Trilha Movimento Subjetivo - AO CEU Lajeado Jonatã Puente
Ensaio
Vocacional Teatro 2014
Jonatã Puente - AO CEU Lajeado
A aproximação com o equipamento CEU Lajeado foi feito
através do contato com o NAC e com a Gestão do CEU, através de uma primeira reunião
para pensarmos, antes de iniciar as orientações, como poderia acontecer o
Programa neste ano de 2014.
Os encontros estavam pré-estabelecidos aos sábados e
domingos porém no decorrer das orientações foi percebido a falta de procura e a
pouca circulação de pessoas no equipamento aos finais de semana.
Junto com o NAC pensamos como poderíamos estabelecer
parcerias com coletivos localizados próximos e que poderiam se interessar pelo
Vocacional Teatro. Desta forma encontramos a ONG Kolping, que se mostrou
interessada, pois já havia sido feita essa aproximação com Vocacional Artes
Visuais. Para essa parceria se concretizar foram trocados os finais de semana
de orientação pelas segundas e terças-feiras, fazendo com que o Vocacional
Teatro se encaixasse na grade de trabalho da Kolping.
Os primeiros dias vinham em torno de quinze à vinte
jovens de quinze dezesseis e dezessete anos, porém um pouco receosos com a
dinâmica de trabalho, que no princípio perecia uma simples brincadeira com
competição, mas que ao mesmo tempo exigia uma presença criativa e reflexiva.
Alguns meses se passaram na busca pela instauração de
processos que vislumbravam ser sensivelmente criativos, porém as orientações
para eles começaram a se transformar em um espaço de descanso das outras
atividades da Kolping, impossibilitando que no encontro houvesse alguma
possibilidade de troca artística.
Esta parceria foi questionada e re-organizada de forma
que só iriam freqüentar as orientações do Vocacional os alunos que realmente
tivessem interesse. Porém essa organização durou em torno de um mês e ninguém
mais apareceu aos encontros.
Contudo, nessa fase final de parceria, dois
vocacionados começaram a aparecer por interesses próprios: a Bruna e o Patrick .
A Bruna era uma freqüentadora do CEU, não só no Teatro, mas também fazia Dança
e PIA, porém ao longo das orientações sua freqüência sempre foi flutuante.Por
outro lado o Patrick que começou a acompanhar os encontro por volta de Setembro
faltou apenas duas vezes e acompanha os encontros nos dois dias.
O trabalho a se desenvolver se tornou o Patrick, um
menino de quinze anos que sonha em fazer novela. Outras pessoas orbitaram as
orientações porém o Patrick era o único que estava sempre presente e muitas
vezes sozinho.
Através dessa aproximação entre Artista-Orientador e
Artista-Vocacionado foi possível experimentar o teatro por um viés sensível e delicado,
em que o corpo se configurou como chave para acessar a subjetividade, e assim
fosse possível criar. Com isso, depois de dois meses chegamos à um estudo de
movimentos que se assemelham à uma dança em que o Patrick improvisa um roteiro
abstrato com uma seqüência de imagens em diálogo com música.
Artistas Vocacionado e Orientador Visitam
Como potencializador do processo que o Patrick estava
vivenciando, pensei que a troca com o outro(s) espectador(es) seria importante
para ele perceber como sua construção poderia gerar sensações e imagens mesmo não
tendo nenhuma fala.
Essa inquietação apareceu no momento que convidei os
coordenadores do NAC e técnico de luz que estavam rodeando o teatro para
assistir uma sessão improvisada do Patrick. Através desse encontro foi possível
ter um novo olhar a respeito da criação, em que esses espectadores trocaram a
experiência que tiveram ao ver o Patrick, e ele por sua vez começou perceber
uma nova forma de se comunicar.
Com isso, pensei que a visita a outro coletivo da
equipe poderia também agregar a pesquisa que estávamos fazendo, através do
encontro de diferentes formas de construção e de organização de coletivo.
Partindo dessa premissa fomos participar do encontro
no CEU Água Azul, tendo como ponto de partida a apreciação das diferentes
materialidades construídas em cada espaço(equipamento).
O diálogo entre o coletivo do CEU Água Azul composto
por vários integrantes e o coletivo CEU Lajeado composto pelo Patrick, gerou
discussão não só pelo que é produzido, mas o como é produzido. Lançando olhar
para a forma que cada coletivo se organiza, verbalizada com a pergunta: “Como é
possível fazer teatro com uma pessoa?”
O coletivo do CEU Água Azul reverberou no processo do
Patrick a partir do momento que ele se depara com um coletivo que se fortaleceu
dentro do Vocacional com uma pesquisa pautada nas vontades de seus integrantes,
tornando-os “donos” do processo, pois o Orientador é visto como mais um
elemento provocativo e não como um diretor que impõe formas pré-estabelecidas.
Desta forma, o Patrick retorna para os nossos
encontros mais inquieto, tentando falar sobre o seu processo, resgatando o
caminho que fizemos, e pensando em novas formas de interferências que poderiam
aprofundar a pesquisa.
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