sexta-feira, 4 de dezembro de 2015


ensaio do vocacional literatura 

no ceu guarapiranga, 

artista orientador daniel minchoni


VOCANCIONE GUARÁ

o vazio que sem ti

no risco inaugural
me inaugurou
eco do oco holocausto
da juventude preta
eco de um outro mundo
isso de outra forma de ver
ouvir a voz do lugar
buscar essa voz
dar voz. não não
dar vez. não não
calma lá, sem pretensão
não é disso que se trata
o trato é escutar
ver a voz se mover
sozinha e coletiva
e dançar de acordo com o passo
sei que eu passo
mas a voz dos vocacionados fica
a vez dos artistas fica
é dela que surge o canto
o grito ou a lírica
da semente plantada
na árvore do céu
beira da represa
professora
silvo dos passos
guarapiranga
água negra
de apnéia sangue
ave preta que torna rubra
cada vez que cresce
cada vez que nasce um poema
é dela que nasce o canto grave
de vozes destoantes
essas vozes que geram
calos nas cordas vocais do sistema
calos nos dedos
de tanto escrever
de lucas em lutas
contra a imprópria existência
é tempo de moneys, mano
tempo de correr contra o tempo
contratempos luz
descoberta da preta ribeiro
guerreira feminina fé reza
débora antoniazzi del guerra
da vitória que espreita e some
toda hora todo dia
adia a presença
poeta palhaça
ana do carmo
ocupa o estandarte
do verso em verso
em verso em inverso
esse poeta da música
do agitar das notas
edu dias e dias criando
arthur e renan precisavam
se encontrar em tom
o everton que deu afinação
canto de ocupação
e luta do que há
como ironia em toda poesia
de quebrada em quebrada
ela se revela
mano batom
dança e some
semeia e soma
sem mais
assemblage de assembléias
irmanado na crença das pernas
mudança de ginga e jeitos
que o corpo dá, docente, por assim dizer
decente mesmo, que é o jeito
negaça negraxa que se apresenta praça
parça que não nega missão
e na troca de pernas fernando
cava petróleo em rocha diamante
cavinato revela ventos vazões
como escolha choice
joyce doce
um turbilhão de poemas
peito canção
alexandre grande
urubathan que se toquem
os tambores
que deles precisamos
e impreciso e precioso
o que se cria é fumaça
mas onde há fumaça
há fogo ou artifício
e desse ofício de arte
educar é bandeira
mas que ecoa da falta de sono
da busca por dias melhores
por novas jornadas
nas estrelas ou no lamaçal
em busca da palavra torta
que enverga prumo
e descobre atalhos
pontes viadutos
de novas conexões
de novos artistas
novo mestres maestros
dessa canção vocacionada
de quem ouve o som
do peito próprio
mas reverberando
peitos mil
numa só palavra
revolução




com a resposta/complemento escrita pelo vocacionado lucas ferreira:



Juventude opaca

Voz também é pai de gêmeas
E amigo de orador
Amigo também
Companhia black-power
Vocação de vocalizar
Vocacionar
Os dias
Os miados e os engasgos
Dos vocacionados

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