POTENCIA CRIATIVA/Segundo Ensaio/Travessia de experiências/Acervo de Memória e do Viver Afro-brasileiro Caio Egydio de Souza Aranha no ano de 2014./Lígia Botelho
POTENCIA CRIATIVA
Segundo Ensaio de 2014
Segundo Ensaio de 2014
Travessia de experiências
Artista Orientadora: Lígia Botelho
Acervo de Memória e do Viver Afro-brasileiro Caio Egydio
de Souza Aranha no ano de 2014.
Eu atravesso as coisas – e no meio da
travessia não vejo!
só estava era entretido na idéia dos lugares
de saída e de chegada.
Assaz o senhor sabe: a gente quer passar um
rio a nado, e passa;
mas vai dar na outra banda é num
ponto mais embaixo,
bem diverso do que em primeiro se pensou (...)
o real não está na saída nem na
chegada:
ele se dispõe para a gente é no meio da
travessia...”
(João Guimarães Rosa, 1986: 26-52)[1]
Primeira voz: A existência da margem pressupõe um
centro. Quem disse que sou centro? Mas o que é centro? O que é margem? Margem - 6 letras - substantivo. Terreno que
ladeia um rio. O espaço em branco de cada um dos lados das páginas de um livro.
Deixar a margem = por de lado.
Marginalizar:
12 letras. Verbo transitivo. Colocar a margem
Segunda
voz: impedir de participar; situar fora
do que é essencial, principal, central. Tender a excluir da sociedade
Marginal - substantivo - aquilo que esta ás margens de alguma coisa. O mesmo que criminoso, bandido, desocupado. avenida movimentada
Marginal - substantivo - aquilo que esta ás margens de alguma coisa. O mesmo que criminoso, bandido, desocupado. avenida movimentada
Estamira: A minha missão além de
ser... é revelar a verdade, seja capturar a mentira e tacar na cara, ensinar o
inocente... Não tem inocente, tem esperto ao contrário. Eu não sou comum . Com
meu gravador sanguíneo eu derrubo...Oh lá os morro, as serra, as paisagem. Esta
mira, Esta serra, ...Está em tudo quanto é canto....até meu sentimento..Esta
carne. Isto é que é um depósito do real?[2]
A valorização do processo de pesquisa aqui é foco de criação para as cenas.
Apaixonados por textos, filmes, arte e teatro os jovens são envolvidos pela
pesquisa instaurada pela atmosfera que teve como elementos a intersecção entre
o corpo, o jogo, o texto, o espaço, as sonoridades a luz para a construção das
cenas.
Dia 16 de novembro, Sítio
Morrinhos, área externa, de frente para a construção histórica, jovens
vocacionados da turma de teatro, vestidos com roupas claras, tingidas em chá
preto brincam, jogam.. A imagem nos traz um certo tom sépia, simbolizando a
memória e a saudade, presentes naqueles corpos que jogam ao ar livre sobre
terra e vegetação que encobrem tantas histórias de nossas raízes africanas que
ali habitaram, cavaram túneis de fuga, apoiados por rede clandestina
abolicionista.
Experimentos cênicos criados
ao ar livre, com base na pergunta de pesquisa que regeu o processo, se
apresentam de modo simples, intimista. A escuta e a humanidade se apresentam em
cada som que ouvimos ali, cada avião que passa tão próximo ao acervo, cada
criança que brinca no parque, nas escolas vizinhas, cada pássaro que canta,
cada palavra e olhar dos jovens vocacionados, cada sensação vivida, cada sombra
da arvore histórica do acervo que “lava” o chão.
E a pergunta se materializa em
cena:
O que vejo quando abro a
janela do tempo?
A
semente da pesquisa nascida de uma ação cultural: Cidade dos rios invisíveis[3].. se desdobra em cenas
construídas por meio dos experimentos.
Jovem vocacionado
finaliza a última cena externa e convida o público a atravessar um pouco mais o
rio de experimentos criados pelos jovens.
Voces podem atravessar agora nosso rio de
memórias e saudades...
Na entrada do teatro, outro jovem vocacionado recebe
as pessoas com texto autoral e os convida a entrar:
Não se preocupem em entender... apenas
sejam...
Público entra e se acomoda. Audio com depoimentos sobre
saudades, colhido pelos vocacionados na escola e comunidade local se configuram
como paisagem sonora no ambiente.
No centro do palco,
Luciano o primeiro vocacionado a começar o processo de 2014. Sentado, narra
trecho de protocolo autoral. Vocacionados arrumam o palco para o início. A peça
dentro da peça. Um grupo de artistas vocacionados revelam que se trata de um
processo de pesquisa aberto, construído por eles. Ora revelam trechos de
momentos que vivemos ao longo do ano, entre discussões, pesquisas, jogos e ora
revelam fragmentos de cenas criados com base neste processo.
A pergunta que regeu a
pesquisa surge, parte integrante de protocolo, procedimento “brechtiano”
utilizado em parte de nosso processo.
É preciso abrir a janela do tempo pra ver ?
Não sei... ah, sei lá, sei lá sempre surge nas minhas frases (confuso talvez)
vontade de ser alguém, não que eu não seja...
O QUE EU VEJO ? O QUE ?
Homens brigando por poder, dinheiro, por carreiras, profissões que vão fazê-lo
sofrer, mas que são necessárias, será?[4]...
Inicio este ensaio com trecho do roteiro do exercício cênico da
turma de vocacionados, porque o considero parte essencial do processo artístico
emancipatório vivido por mim e por eles!
A apresentação é vista aqui,
de fato, como mais um elemento do jogo criativo. Dando continuidade ao processo de escrita do
primeiro ensaio, ressalto a relevância da instauração da atmosfera para a
criação cênica. A criação de espaços de experimentação, subjetivação e
pesquisa. Foco de nosso trabalho ao longo do ano no Acervo.
O processo do encontro...
regeu o ano. A alternância dos corpos, a ausência dos corpos. A colheita: cenas
construídas ao longo do ano, luz, espaços, corpos, sonoridades, imagens,
textos, depoimentos, jogos, sensações, memórias permeados por muita humanidade. Por muitas
questões.
Porque nos temos que ir até o
público e não o público até nós? As questões e sensações podem revelar
possibilidades.
E assim diversos jogos foram
realizados com os coletivos.
O jogo
instaura, de algum modo, a luta por alguma coisa ou a representação de alguma
coisa. Nesta perspectiva, o produto também pode ser elemento de jogo, na medida
em que catalisa as experiências, as sensações, signos descobertos na
intersecção entre jogo, corpo, texto, sonoridades e demais elementos de composição da cena por meio de
processo criativo. (Botelho, 2014, p.3)
Neste sentido, Márcia Pompeo Nogueira
desenvolve:
Uma proposta de superação da polêmica
“Processo x produto” hoje não pode ser nem a Escola Tradicional, que nega o
processo, nem a Escola Nova, que nega o produto. Hoje a parceria com o teatro
deve ser vista como desejável (...). Não se deve procurar a perfeição formal,
mas processos ricos que incluam as apresentações como mais um elemento do jogo.
(NOGUEIRA, 1994, p. 76).
O
artista não é página em branco, o ser humano não é. Meu corpo me atravessa.
Corpos me atravessam nesta troca de experiências criativas. O corpo aqui é
plataforma criativa, contradição, subjetivação, medo, dúvida, desejo,
respiração, sensação, escrita, escrita de si. Construo possibilidades de
espaços para serem preenchidos e desestabilizados.
Judson
generosamente nos presenteia em reunião, com apreciação de Stalker, do cineasta
russo Andrei Tarkovsky. Aquela manhã de segunda foi difícil de ser digerida.
Percebi que teria que sentir, me permitir ser atravessada por aquela experiência,
que apenas ali se iniciava e teria sua completude ao longo dos próximos
encontros com vocacionados, principalmente a CIA SEM.
Curiosamente,
demorei uma semana...ou talvez algumas semanas para digerir de fato aquela
experiência estética completa. Se é que a digeri. A cada encontro com
vocacionados, comecei a perceber o quão vulnerável era nossa ação como
artistas. Embora atue há alguns bons anos no Programa, percebi este ano coisas
muito significativas. Criamos muitos espaços de resistência, reinvenções, zonas
de experimentos,” meios-lugares”, “não-lugares”. Como em Stalker, nas devidas proporções nos lançamos em uma
viagem, percurso, tentamos fugir da repressão do sistema para criar, estamos a
margem, flertamos com o desconhecido, deparamo-nos com sentimentos diversos,
caos, medos, coragens, construção de imaginários que permeiam viagens, criações
artísticas.
A
pergunta que Judson lançou me atravessou: Como habito o “não- lugar”? E uma
outra pergunta me invadiu, em um dia de prática com a CIA SEM: Em que medida eu,
enquanto artista-orientadora, não atuo também como uma Stalker, uma guia que
não tem plena segurança para conduzir, que vivencia o percurso como a maior
experiência? Uma artista que vivencia a “chegada” como apenas mais um entre os
elementos que compõem a experiência de atravessar este trajeto. E em que
medida, não ter segurança pode ser positivo, apesar de nos deixar em muitos
momentos em terreno movediço e delicado, na medida em que nos permite viver
este rio de experiências. É curioso como a cada dia que passa minhas certezas
se esvaem e cedem lugar às perguntas, aos campos de experimentação. Percebo o
quão relevante para mim é atuar em um Programa onde posso vivenciar
experiências criativas, sem preocupar-me tanto com questões utilitaristas.
A
trajetória aqui é da impermanência, escrita de mim, escrita de si, revelação
das camadas do outro. Perguntas provocações que ora regem pesquisas, ora
proporcionam medo em jovens integrantes da CIA SEM.
A CIA
formada por jovens recém formados de uma escola técnica de teatro me procura
para montar peça de Plínio Marcos, Homens de papel. Indagados sobre o porque do
desejo, me revelam que sempre se interessaram pelo tema marginalidade, tão
recorrente na obra deste autor, mas que foram vetados de montarem na escola,
por serem demasiado jovens[5] e não terem estrutura para
vivenciar processo como este. Os integrantes revelaram dificuldade em assumir
direitos autorais sobre a obra. Perguntei então: Se o foco de pesquisa de vocês
é a marginalidade, porque não pesquisamos este tema ao longo do processo e vemos
o que pode surgir a partir daí? Citei diversas referencias que dialogariam com
a temática; entre textos dramatúrgicos, obras plásticas, documentários,
romances. Sugeri que iniciássemos com jogos de criação dramatúrgica por meio de
ações físicas. Cartas foram escritas com base nas impressões sensoriais
imaginadas pelos vocacionados expectadores no momento da apreciação.
Vimos
documentários, filmes, curtas, lemos e experenciamos procedimentos.
E ouço
alguns desejos e inquietações: quero montar uma peça de forma realista! Quero
falar da vida das pessoas em situação de rua! Quero viver o personagem! E vem a
pergunta:
Você nos provoca com jogos físicos que focam
simbologias e subjetividades, porque? Provoco ainda mais com experiências
sensoriais e físicas, permeadas por perguntas como:
Se a
vulnerabilidade é característica da vida do ser humano e principalmente das
pessoas em situação de rua, como criar a cena nos apropriando fisicamente desta
vulnerabilidade sem estetizar de modo panfletário a desgraça ? Ocupar espaços
inusitados, escadas, andar sobre cordas, se situar a margem fisicamente do
espaço do público, criar espécie de” arena ao contrário”, ouvir, sentir de
olhos fechados, cheirar, perceber a experiência física foram apenas alguns
exemplos de nossa experimentação.
Percebo
o revezamento entre as integrantes do grupo[6]. Dinheiro para a condução
é um dos problemas para a locomoção até o espaço, problemas com saúde pública[7], falta de dinheiro para a
subsistência. Poucas horas de sono separam a noite do dia que começa de
madrugada na periferia da zona noroeste com destino ao trabalho, faculdade cursinho,
em geral situados no centro expandido. Não acredito em trabalhos que foquem
questões politicas de modo panfletário, sem esbarrar na subjetividade. Não
posso isentar-me da responsabilidade de orientar a pesquisa, ao mesmo tempo
preciso vislumbrar a escuta.
As
memórias estão apenas do lado de fora? E dentro?
Lanço
aqui o mesmo procedimento, a pergunta: o que vejo quando abro a janela do
tempo? Tendo como grande guarda-chuva temático-marginalidade. Minha intenção
aqui foi aproximar das integrantes a temática, se aprofundar. Afinal, percebia
ali que elas não se reconheciam dentro da temática, se situavam sempre do lado
de fora, como se fossem referência.
Como
desconstruir tantas certezas?
Mas a
produção de subjetividade não é fácil. É difícil viver com o próprio corpo, a
gente vive com o corpo das crenças, das corporações, sistemas, desejos.
Lançar
o mesmo procedimento aqui não significou vislumbrar um mesmo processo, ao
contrário, revelou diferentes campos de experimentação apenas norteados
portanto por esta questão.
Mergulho
na pesquisa sobre teatro-documentário. Leio sobre o assunto, troco experiências
com amigos e principalmente desenvolvo procedimentos que alimentem a criação.
A
pergunta é vista pelo grupo como invasiva. A visão que se tem do teatro ali
parece se reduzir apenas a construção cênica da ficção. Provoco novamente: mas
então não é possível criar a partir de material documental? Quem disse que nós
também não carregamos documentários vivos em nossos corpos? Quem disse que não
podemos nos apropriar destes documentários para fins estéticos? Não precisamos
expor nossas vidas, mas podemos mergulhar neste manancial que é a própria vida
para revelar o que nos incomoda. Meu querido amigo pesquisador, Marcelo Soler
discorre sobre o tema:
Acreditamos, assim , que em cada momento histórico a
memória tem seu lugar, e mecanismos de esquecimento são criados para selecionar
aquilo que socialmente é ou não valorizado. Esquecer é uma maneira de escolher
o que nos interessa e, por isso, “ ter memória de algo”, na verdade ,
representa o “descartar de outro algo”. Devemos, no entanto, prestar atenção no
momento em que essa seleção está além de nossos desejos e se configura numa
maneira de preservar apenas os valores da classe dominante.(SOLER, P.28, 2010)
Mas o
terreno da ficção, do texto pronto, da mimese, é mais confortável. Como romper?
Como desconstruir tantas certezas se a arte nasce do caos de incertezas e
descobertas? Modifico o teor da pergunta. Mais didática, agora se configura de
outro modo: o que é margem? Quando
percebi que havia marginalidade?
O
procedimento revelou a busca sobre o significado da palavra, bem como o
mergulho no baú de memórias pessoais para fins de pesquisa, do mesmo modo, mas
segundo as integrantes, menos invasivo.
Assim
prosseguimos. Criações com base nas pesquisas diversas surgiram.
Assistimos
Conversas com meu pai.[8]
Uma ideia surge: mesclar depoimentos pessoais
com depoimentos dos personagens. Uma espécie de jogo de cenas de histórias
diversas. Um jogo de copinhos, muito realizado nas ruas do centro de São Paulo,
apontaria a ordem das cenas. Um integrante da plateia sortearia esta ordem. E
assim a instauração de uma atmosfera criativa, permeada por um jogo de cenas,
com base em material documental se faria presente.
A
própria definição do que é margem, seria apresentada fisicamente, pelos atores.
Uma pergunta-ideia: e se andássemos sobre slackline? De alguma forma, a gente
ia sentir esta vulnerabilidade fisicamente...Ah mas vamos apresentar em um
teatro italiano. E a ideia de margear o público? E a luz? Podemos juntos
iluminar o ator que está fazendo a cena, situado a margem da plateia, nos
corredores...
E veio
a pergunta, se há uma margem, logo há um centro. Os personagens criados, tinham
seus “centros”, seus opostos, conflitos.
Uma
ebulição de ideias e experimentos construídos ao longo do ano, infelizmente foram
descartados nas duas semanas que antecederam a data de apresentação final, a
mostra.
Mudanças
de horários, localidades, ações culturais, tudo foi realizado para contemplar o
coletivo, mas os desencontros foram mais fortes. Faltas constantes, aumentaram
neste final de processo, alguns começaram a trabalhar, além de estudar e fazer
teatro. Montar o projeto para o VAI, se configurou como mais importante que
criar experimentos cênicos, ainda que com apenas alguns integrantes, mesmo
insistindo sobre a relevância do processo criativo em relação a montagem do
projeto, que apenas se iniciava. O
utilitarismo e a necessidade de sobrevivência mais uma vez imperaram mediante o
discurso cênico, que justamente revelaria contradições sobre a vida humana não
apenas em situação de risco, mas sobre a vulnerabilidade perante as relações
sociais capitalistas.
Novos
Fulanos, grupo antigo contemplado pelo VAI, residente também no equipamento,
viveu na pele esta experiência. Queriam experimentar novas formas de fazer
cênico, mas as datas[9] estavam agendadas, o tempo
para experimentar era curto demais. A orientação precisou ser mais pontual.
Mais uma vez a contradição se fez presente, mas desta vez de difícil solução
prática: em que medida os programas de valorização para atividades
artístico-culturais tão necessários beneficiam as criações artísticas na mesma
proporção em que aprisionam no campo da experimentação artística?
São
tantas as camadas...
Vejo
na mostra da Sul 1:
A
percepção das diversas dramaturgias da cena, a memória e o jogo que conduzem as
experiências;
A
performance e o jogo que lançam possibilidades no agora;
O
conteúdo político que narra e grita na voz dos diferentes;
A
marginalidade na arte que se revela em poesia e humor;
O
corpo que fala;
A
emancipação, a mulher que se vê;
A
desordem que norteia;
Se ser
ator é estar em risco e teatro é risco, como arriscar-se se a lógica do capital
nos aprisiona com:
o pouco
tempo para encontrar-se com o grupo de artistas vocacionados ao longo do ano;
o
pouco tempo para encontrar-se com os artistas do grupo de teatro em que atuo;.
o
pouco tempo para ser atravessado pela própria vida, pelas experiências, pelo
olhar do filho pequeno que clama pela mãe;
o
vácuo do Programa entre o final do ano e o reinício no ano posterior.
E o
que fica do processo?
E a
pedagogia do artista?
E a
pedagogia do orçamento?
Memória
do que vivemos naquele território, vasto campo de experimentações e de história.
Memória
dos corpos que ali habitaram, mesmo que por um dia e que deixaram um pouco de
si e levaram um pouco de mim.
Memória
da sensação de guerrilha que é provocar artisticamente em solo rico, lindo e
aparentemente árido.
Memória
de risos, prazeres, dores, suor e muito trabalho!
Mas se nossa vida como seres
humanos artistas é parir paradoxos, o fazer teatral sempre será para mim
urgência poética militante!
Bibliografia:
BOTELHO,
Lígia Rodrigues. O teatro como meio e
fim para um processo de instrumentalização do indivíduo na leitura da realidade.
Dissertação de Mestrado IA UNESP 2008.
NOGUEIRA,
Márcia Pompeo, "Teatro na Educação:
uma proposta de superação da dicotomia entre processo e produto", in Alve,
Jocélia Maria (org.) Ensino da Arte em Foco. Florianópolis, SC:
Editora da UFSC, 1994.
SOLER,
Marcelo. Teatro-documentário: A
pedagogia da não ficção. Hucitec, 2010.
Links youtube
experimentos realizados ao longo do ano CIA SEM:
Links youtube
experimentos realizados ao longo do ano -Grupo Novos Fulanos:
https://www.youtube.com/watch?v=zYIlBjgjsec
Lígia Botelho é graduada em Arquitetura e Mestre em Artes
Cênicas pelo IA Unesp. Atriz do Núcleo Urbanos de Teatro, professora de Artes
Cênicas no Senac e Artista Orientadora do Programa Vocacional Teatro
no Acervo de Memória e do Viver Afro-brasileiro Caio Egydio
de Souza Aranha no ano de 2014.

Apresentações
dias 16 de novembro de 2014, no Acervo e dia 29 de novembro de 2014, no teatro Leopoldo
Froes.








[1] Fragmento estímulo para criações,
parte integrante da encenação de Travessias..Memórias e saudades, exercício cênico
Turma do Vocacional Teatro Acervo.
[2] Fragmento
do experimento cênico “ A margem” da Cia Sem , ainda naão encenado.
[3]
Espetáculo do coletivo Estopo Balaio, direção de Joao Junior, ex Artista
Orientador do Programa.
[4] Fragmentos
de texto aqui inserido, tal e qual foi escrito pelo vocacionado.
[5]
Integrantes da CIA SEM, tem em média 17 e 18 anos. Os jovens nomearam a CIA com
este nome, porque se veem como um grupo de jovens atores que não possuem
dinheiro, diretor, estrutura, espaço fixo para ensaiarem. A CIA dois meses
depois de integrar-se ao Programa foi renomeada com o nome de Companhia
Baratas, fazendo alusão a resistência deste animal em situações limites, a
capacidade de fingirem, de serem intrusas. Discordâncias de alguns integrantes
modificaram o nome novamente para CIA SEM.
[6]
Todos integrantes foram bolsistas no curso técnico de Arte Dramática. Uma das
integrantes cursa faculdade pelo programa ProUni. A outra frequenta cursinho
gratuito. Dores impediram uma das integrantes de participar de alguns
encontros. A longa fila da saúde pública para atendê-la nos preocupou. Filhas
de mulheres debilitadas por problemas de saúde em sua maioria, as integrantes
viviam na pele o descaso com a maioria da população brasileira que apesar de
alguns avanços neste sentido, ainda em grande parte vive às margens de uma vida
digna.
[8] Espetáculo de
Janaina Leite, documentário cênico, em que os limites de ficção e
realidade beiram o subjetivo e que revelam memórias vividas entre ela e seu
pai.
[9] O
projeto do grupo contemplava um número x de apresentações do espetáculo em
escolas públicas da região, bem como a montagem de uma exposição. Experenciamos, fomos a exposição aliada a
performance, instalação. Mas a montagem tinha pouco tempo e dinheiro para ser
levantada.A bela exposição montada no dia da consciência negra, revelava apenas
fragmento da pesquisa do grupo.
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