segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Ensaio Nathalia Biavaschi Glitz Equipe Sul 2B Dança

Ensaio – Tatuagens
Parte 1

O que te move?
Qual é a sua?
Do que você gosta?
Do que você se alimenta?
De onde você vem?
No que você acredita?

            Estas são algumas perguntas que me faço constantemente e faço também aos vocacionados, de inúmeras formas... Antes de iniciarmos uma prática ou um processo criativo, é importante nos localizarmos no tempo/espaço, quais são nossas vontades, anseios, qual é a nossa história de vida e de movimento. Quem realmente somos?
            “Tudo o que vivemos e fazemos fica tatuado na nossa mente e corpo, quando danço faço presentes minhas tatuagens da vida”! (Nathalia Glitz, 2013)
            É impossível apagar nossas experiências, temos que ser inteligentes corporalmente e intelectualmente, para utilizar estas “tatuagens” como ferramentas para criação. Quando falamos em estilos de dança, linguagens com técnicas específicas, exemplificando com os diferentes estilos de Danças Urbanas, as quais estudo há algum tempo, temos uma série de códigos presentes na sua técnica que não podem ser descartados. Agora a questão é: como trabalhar dentro desta modalidade e fazer presente as nossas “tatuagens”?
            As Danças Urbanas, por si, já vem de um histórico de trabalho e afirmação de identidade e personalidade, e permitem certa liberdade de criação. Eu, por exemplo, iniciei minha história dançante com o Jazz Dance, passando rapidamente pelo Ballet, depois Street Dances e há pouco também Dança Contemporânea, sem esquecer das danças tipicamente Rio Grandenses que eu fazia na escola em Porto Alegre. Quando eu danço Locking ou Waacking, sempre vario os movimentos básicos a partir das minhas vivencias e crio meu próprio repertório, sempre tendo como base, os fundamentos e histórico da dança em questão.
            Acredito que fortalecer a identidade e personalidade a partir do histórico pessoal, é um grande passo para descobrir a própria dança, seja ela com base em qualquer estilo já pautado. Este processo só poderá ser feito se abrirmos a escuta, para ouvir, assistir, respeitar e trocar com os vocacionados.

            Também tenho uma tatuagem, destas superficiais, está na pele, mas traz a ideia de feminilidade, associada à delicadeza e força, unidas e amarradas. Porém são as tatuagens internas, as das vivências, que me fazem quem sou hoje.


Ensaio - Relato
Parte 2

O que define nosso gosto? Como sabemos se vamos ou não gostar de um pedaço de bolo, ou de uma música, ou até mesmo de uma peça de roupa? São coisas simples, mas que não paramos para pensar no nosso dia-a-dia.
         Nesta segunda etapa dos encontros do Vocacional de Dança no CEU Casa Blanca, nos deparamos um pouco neste tema, tentamos, após a primeira fase de conhecimento e reconhecimento, definir um perfil para cada uma das turmas. Nos encontramos com questões como: Por quê eu acho esta música mais legal ou melhor do que a outra? Ou por quê este estilo de dança me atrai mais o olhar? Por quê me visto assim?
         A primeira turma, se encontrou mais com o estilo Hip Hop Dance, e feito com músicas mais comerciais, é uma turma bem jovem, que gosta de música Pop e o novo Hip Hop, que vem em uma vertente Crunk e Trap, se vestem conforme a moda dos cantores internacionais destes estilos. Eles chegaram à conclusão de que são completamente influenciados pelo meio, gostando de tudo que a maioria dos amigos e colegas gostam, daquilo que aparece mais na mídia de massa.
         A segunda turma, também jovem, porém constituída de integrantes de alguns grupos de dança de variados estilos como: Locking, Ballet, Dança Contemporânea... Já se interessou em fazer alguns experimentos com a dança Waacking (estilo de Dança Urbana da década de 70 baseado na influência da música Disco e das grandes divas do cinema e da música). Nesta turma, criamos exercícios de desenvolvimento e preparação corporal específicos para esta dança, que tem enfoque no trabalho com os braços. Além de desenvolver o improviso e a criação coreográfica a partir de inúmeros e diferentes estímulos, sejam eles físicos, concretos ou subjetivos. É uma turma de vivencias ecléticas, porém com envolvimento e engajamento semelhantes. Com esta turma, as questões de gosto e personalidade se tornaram mais evidentes, notando menos influência do meio.
         Acredito que as turmas começaram a produzir mais e com mais embasamento neste segundo semestre, justamente através deste trabalho de pesquisa de personalidade e gosto, definindo o perfil das turmas, pois conseguindo focar em determinado assunto ou estímulo, pudemos desenvolvê-lo mais e com mais qualidade, do que em um trabalho de objetivos muito amplos e interesses controversos, pois algumas coisas vão se perdendo pelo trajeto.
         Durante o ano participamos das ações promovidas pela nossa equipe, Sul 2B, as “Aulas Móveis“, que consistiam em inicialmente vivências práticas de diferentes estilos de dança e depois criação e recriação. Além disso, as saídas para assistir e participar de espetáculos, jams e workshops, uniram os vocacionados que estabeleceram uma maior relação com a dança e arte em geral, alguns deles, hoje, bem independentes para ir e vir nos eventos culturais da cidade.

Agora, ao final do trabalho de 2014, realizamos uma mostra das 2 turmas do Vocacional de Dança em conjunto com o grupo Locking Practice, grupo do qual muitos alunos da turma 2 fazem parte. Esta relação vinha desde o início do ano e foi se tornando mais forte, com saídas em ações culturais e etc. Não poderíamos dissociar as duas coisas, então organizamos em conjunto esta mostra e fortalecemos a relação.

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