Ensaio Nathalia Biavaschi Glitz Equipe Sul 2B Dança
Ensaio – Tatuagens
Parte 1
O que te move?
Qual é a sua?
Do que você gosta?
Do que você se alimenta?
De onde você vem?
No que você acredita?
Estas
são algumas perguntas que me faço constantemente e faço também aos
vocacionados, de inúmeras formas... Antes de iniciarmos uma prática ou um
processo criativo, é importante nos localizarmos no tempo/espaço, quais são
nossas vontades, anseios, qual é a nossa história de vida e de movimento. Quem
realmente somos?
“Tudo
o que vivemos e fazemos fica tatuado na nossa mente e corpo, quando danço faço
presentes minhas tatuagens da vida”! (Nathalia Glitz, 2013)
É
impossível apagar nossas experiências, temos que ser inteligentes corporalmente
e intelectualmente, para utilizar estas “tatuagens” como ferramentas para
criação. Quando falamos em estilos de dança, linguagens com técnicas
específicas, exemplificando com os diferentes estilos de Danças Urbanas, as
quais estudo há algum tempo, temos uma série de códigos presentes na sua
técnica que não podem ser descartados. Agora a questão é: como trabalhar dentro
desta modalidade e fazer presente as nossas “tatuagens”?
As
Danças Urbanas, por si, já vem de um histórico de trabalho e afirmação de
identidade e personalidade, e permitem certa liberdade de criação. Eu, por exemplo,
iniciei minha história dançante com o Jazz Dance, passando rapidamente pelo
Ballet, depois Street Dances e há pouco também Dança Contemporânea, sem
esquecer das danças tipicamente Rio Grandenses que eu fazia na escola em Porto
Alegre. Quando eu danço Locking ou Waacking, sempre vario os movimentos básicos
a partir das minhas vivencias e crio meu próprio repertório, sempre tendo como
base, os fundamentos e histórico da dança em questão.
Acredito
que fortalecer a identidade e personalidade a partir do histórico pessoal, é um
grande passo para descobrir a própria dança, seja ela com base em qualquer
estilo já pautado. Este processo só poderá ser feito se abrirmos a escuta, para
ouvir, assistir, respeitar e trocar com os vocacionados.
Também tenho uma tatuagem, destas superficiais, está na pele, mas traz a ideia de
feminilidade, associada à delicadeza e força, unidas e amarradas. Porém são as tatuagens internas, as das vivências, que me fazem quem sou hoje.
Ensaio - Relato
Parte 2
O que
define nosso gosto? Como sabemos se vamos ou não gostar de um pedaço de bolo,
ou de uma música, ou até mesmo de uma peça de roupa? São coisas simples, mas
que não paramos para pensar no nosso dia-a-dia.
Nesta segunda etapa dos encontros do Vocacional de Dança no
CEU Casa Blanca, nos deparamos um pouco neste tema, tentamos, após a primeira
fase de conhecimento e reconhecimento, definir um perfil para cada uma das
turmas. Nos encontramos com questões como: Por quê eu acho esta música mais
legal ou melhor do que a outra? Ou por quê este estilo de dança me atrai mais o
olhar? Por quê me visto assim?
A primeira turma, se encontrou mais com o estilo Hip Hop
Dance, e feito com músicas mais comerciais, é uma turma bem jovem, que gosta de
música Pop e o novo Hip Hop, que vem em uma vertente Crunk e Trap, se vestem
conforme a moda dos cantores internacionais destes estilos. Eles chegaram à
conclusão de que são completamente influenciados pelo meio, gostando de tudo
que a maioria dos amigos e colegas gostam, daquilo que aparece mais na mídia de
massa.
A segunda turma, também jovem, porém constituída de integrantes
de alguns grupos de dança de variados estilos como: Locking, Ballet, Dança
Contemporânea... Já se interessou em fazer alguns experimentos com a dança
Waacking (estilo de Dança Urbana da década de 70 baseado na influência da
música Disco e das grandes divas do cinema e da música). Nesta turma, criamos
exercícios de desenvolvimento e preparação corporal específicos para esta
dança, que tem enfoque no trabalho com os braços. Além de desenvolver o
improviso e a criação coreográfica a partir de inúmeros e diferentes estímulos,
sejam eles físicos, concretos ou subjetivos. É uma turma de vivencias
ecléticas, porém com envolvimento e engajamento semelhantes. Com esta turma, as
questões de gosto e personalidade se tornaram mais evidentes, notando menos
influência do meio.
Acredito que as turmas começaram a produzir mais e com mais
embasamento neste segundo semestre, justamente através deste trabalho de
pesquisa de personalidade e gosto, definindo o perfil das turmas, pois
conseguindo focar em determinado assunto ou estímulo, pudemos desenvolvê-lo
mais e com mais qualidade, do que em um trabalho de objetivos muito amplos e
interesses controversos, pois algumas coisas vão se perdendo pelo trajeto.
Durante o ano participamos das ações promovidas pela nossa
equipe, Sul 2B, as “Aulas Móveis“, que consistiam em inicialmente vivências
práticas de diferentes estilos de dança e depois criação e recriação. Além
disso, as saídas para assistir e participar de espetáculos, jams e workshops,
uniram os vocacionados que estabeleceram uma maior relação com a dança e arte
em geral, alguns deles, hoje, bem independentes para ir e vir nos eventos
culturais da cidade.
Agora,
ao final do trabalho de 2014, realizamos uma mostra das 2 turmas do Vocacional
de Dança em conjunto com o grupo Locking Practice, grupo do qual muitos alunos
da turma 2 fazem parte. Esta relação vinha desde o início do ano e foi se
tornando mais forte, com saídas em ações culturais e etc. Não poderíamos
dissociar as duas coisas, então organizamos em conjunto esta mostra e
fortalecemos a relação.
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